Dubai atrai os olhares do mundo e mostra que suas areias finas são solo fértil para negócios.

Do nada ao tudo. Dubai atrais os olhares do mundo e mostra que suas areias finas são solo fértil para negócios.
Embarquei para Dubai na missão de fazer uma pesquisa especifica para um cliente brasileiríssimo. Eis que fiquei tão impressionado que estendi minha estadia e além de aproveitar o que a cidade oferece de melhor, mergulhei nos shoppings, nas lojas e nos complexos de entretenimento. Não só para curtir, mas para explorar mais essa terra de superlativos.
A cidade é uma das mais visitadas do mundo. Tem o maior prédio, o maior mall, o maior aquário indoor, o maior hotel e por aí vai… Tudo é mais. Mais alto, mais rápido, mais eficiente, mais longo e às vezes mais caro. Numa corrida a excelência os árabes se mostram como líderes a serem seguidos e provam que é quase tudo possível.
Engane-se quem pensa que o petróleo é o que guia a economia. Turismo é a força motor do Emirado. Não escrevo esse texto para dar dicas de viagem. Vamos falar sobre o varejo de moda por lá !
Com esse fluxo enorme de viajantes temos o poder do varejo, liderado pelo segmento de moda e luxo.
O The Dubai Mall e o Mall of Emirates são os principais shoppings da cidade. Juntos atraíram mais de 117 milhões de visitantes em 2013 (o dobro que pessoas que foram pra NYC) e marcaram o recorde de faturamento, com aumento de 26%. O Dubai Mall é o maior do mundo e conta com um complexo invejável, onde é possível encontrar quase tudo. Destaque para as super lojas de departamentos como a americana Bloomingdale’s (que além dos mais de 3 andares possui uma Magnolia Bakery para as fãs daqueles cupcakes que viraram febre pós Sex and the City) e a inglesa Harvey Nichols, que oferece o tradicional chá das 5. No mall também está a maior loja de sapatos do mundo, a Level Shoe District – que possui mais de 300 marcas no mix. Do Brasil, eu vi a Schutz, em posição de destaque numa das áreas principais da megastore. Conversei com um dos responsáveis de marketing que anunciou um e-commerce para 2015, preocupado com o omni-channel e integração de outros canais de venda.
Já o Mall of Emirates é conhecido principalmente por abrigar a estação de ski da cidade. Isso mesmo. É impressionante e funciona. O que eu mais senti na cidade é essa vontade de ter o que há de bacana e interessante. Não existem limites e condições climáticas que façam os caras desistir.
O shopping possui uma lista de espera de lojas querendo um ponto e mesmo com o projeto de expansão, muitas marcas vão ficar de fora.
As lojas seguem o padrão internacional, ou são ainda melhores. Os árabes apreciam tradição, mas amam mesmo é luxo e novidade. Aí mora uma diferença gritante comparando as capitais da moda da Europa com Dubai.
Gostei de ver os produtos adaptados aos muçulmanos. Na Prada, eles possuem um linha de sandálias masculinas tradicionais para os locais. O cliente pode escolher o tipo de couro, fivelas e outros detalhes. Excelente exemplo de diferenciação por praça/consumidor.
O sucesso das vendas e o boom da moda é tão forte que as grandes empresas estão se associando com players locais. A tendência é a diminuição das franquias e o aumento de joint-ventures. Saint Laurent, Gucci, Givenchy são algumas das grandes maisons que pretendem botar a mão na massa, investindo em operacional próprio, para depois se deliciar com um bolo de Dirhams.
A Karl Lagerfeld BV é outro exemplo de peso pesado investindo na cidade. Eles assinaram um contrato com a Chalhoub Inc. e visam inaugurar mais 10 lojas-conceitos e mais de 15 shop-in-shop no Oriente Médio até 2018.
O nome Karl Lagerfeld é logo associado a Chanel, que aproveitou esse onda próspera para apresentar sua coleção cruise/resort na cidade. Cheguei lá dois dias antes do desfile (13/05) e agora tenho certeza a grife vai atrair muitos mais visitantes para cidade e para as suas lojas. Ponto para Karl, diretor criativo da marca, que estampou nas passarelas as referências dos Emirados e colocou Dubai no foco e na wishlist de fashionistas do mundo todo.
E vem muita coisa por aí. Passei pela área onde estão planejando o D3 – Dubai Design District, que pretende ser um novo HUB físico do design, como escolas, showrooms, lojas-conceitos, e tudo mais…
Passei pelos terrenos do novo aeroporto, pela área destinada a Expo 2020 e visitei a obra do YAS retail centre – um shopping que será inaugurado ainda esse ano na ilhota de YAS, no Emirado vizinho, Abu Dhabi.
Oportunidades de negócio? Muitas! Busca-se varejo-conveniência, principalmente nos novos centros residenciais. A taxa de crescimento de imigrantes aumentou 25% desde 2008 e novos “bairros” estão sendo criados. Não se vou morar, mas volto ainda esse ano para caçar não só tendências de moda, como oportunidades. Tem espaço, tem jeito, tem público e quase não tem imposto!